domingo, 22 de julho de 2007

A universidade a a vida...

Esperei essa sensação por quatro meses. Esse foi o tempo que durou meu primeiro semestre na universidade. Foi um período difícil. Mas como tudo, passou. Pensei que quando terminasse eu estaria pronto para dar asas a minha imaginação, mas hoje eu pude ver o quanto esses quatro meses tirou-me as idéias. A gente nunca espera que aquilo que mais desejamos nos dê tanto prejuizo. Começa nos fragmentando, e depois separando nossas parte umas das outras de forma a não nos permitir reconciliação com nós mesmos. É desse modo que perdemos parte de nós, pois quando finalmente damo-nos conta dessa fatalidade não mais sabemos nos remontar. A universidade faz isso conosco. Nesse semestre me peguei rindo(muitas vezes) daquilo que eu fazia. Bem, estudo farmácia, e não sei ainda onde enfiar tudo que "aprendi"(decorei seria uma palavra mais apropriada). Mas sim, esse também é outro ponto que não faz diferença alguma agora!Já tenho cerca de 15 dias em casa, longe das aulas, dos livros didáticos e das caras indescritivas dos professores. Esses últimos, me lembro bem, tinham orgulho de seu papel na universidade: tirar de mim qualquer sossego. Hoje(dia 17 de julho) passei o dia inteirinho em casa, e não produzi nada. Estou estupidamente angustiado por isso, e culpo tão somente a universidade. As pessoas não tem noção alguma do que é aquilo; muitas delas até se harmonizam bem com os ditames da vida acadêmica...mas vai lá saber o que passa nesses cerebelos(é, pq cérebro...). Vc entra num lugar onde, hipoteticamente, as pessoas pensam. Pra falar a verdade, vai desde alunos, passando por funcionários, chagando até os professores, é geral: ninguém pensa. É o fim, caos total! Só farreiam e estudam. Não vejo mal algum nisso, mas não reservam um minutinho desse tempo pra refletir sobre coisas que de fato são importante. Antes, preferem se questionar sobre "a cor do meio reativo numa reação de Barfoed". Isso tbm é importante, mas ,gente, olhem o mundo a sua volta. Não dá, isso é loucura!É engraçado, mas estudo muito, desde minha oitava série, quando resolvi entrar no cefet, isso pq já tinha resolvido entrar na ufba, e o cefet era o único caminho pra isso. É engraçado pq depois de tudo o que consegui mesmo foi funilar meus horizontes. É...eu era uma criança, pensava mil coisas, e hj tenho que definir bem o que penso, se não não dá tempo, ou não consigo fazer tudo(é isso que se chama maturidade?). Af(pff)!Voltando às partes de si mesmo, tenho ainda algo a dizer: a universidade é potecializadora dos defcitis sobre o indivíduo. O detalhe é que credor e devedor são a mesma pessoa. E diante disso vc está numa incrível encruzilhada: se vc paga, quem perde é vc; se vc não paga...já sabe, é vc quem perde tbm.E ai, como ficamos? Eu tive um professor que falava muito sobre "capital simbólico". Essa, sem dúvida, é uma expressão curiosa e pertinente. Pois sim, dela tiramos toda e qualquer justificativa pra esse modelo acadêmico se perpetuar. Não vamos esquecer que vivemos na era da imagem, quando tudo que representamos são nossas ações. Infelizmente é mais importante a ação de comprar um livro do que lê-lo, equivalendo-se, sinceramente, ao inescrupuloso vício de comprar o que quer que seja.Não sei onde tudo isso vai parar. Eu pensava que o meio acadêmico era o único mecanismo social ainda livre de qualquer estigma sociopata, mas vejo claramente que a universidade é mais uma corda que controla os fantoches que habitam a vida privada. É incrível, ela individualisa e depois transpassa pra vc a responsabilidade do mundo. O jovem entra na universidade cedinho, se acha um máximo por isso, e não consegue articular uma idéia, coitado("a-bestalhado")! Pois bem, estou angustiado com tudo isso. Meu cérebro parou, só consigo escrever sobre mim mesmo, o mundo é mais forte que eu, ninguém quer me ajudar, e tudo isso se retroalimenta!!! Ótimo, não vejo saída. Hoje eu não produzi nada. Sinto-me um estúpido! E, com certeza, a universidade vai piorar isso nesse segundo semestre. A todos um grande pesar...

1 comentários:

Muita História para contar... disse...

É, parece que pensar e articular esse turbilhão de pensamentos e reflexões sobre o ser e a uviversidade não exigem parcas palavras segmentadas como de hábito comum.Universidade significa universalizar algo?conhecimento?experiências, sabedorias pessoal e coletiva?Na verdade quando você tem a mínima capacidade cerebral de perceber-se nesse micromundo de suas relações sociais e,para os "universalizados", acadêmica a conclusão que chego é que universal só o seu pequenino mundo de interesses e só interesses.Bom, e a responsabilidade de tornar ecumênico tudo que se constrói, aprende-se e cogita-se no espaço da Unversidade, para onde vai?
Bom, aí são outras histórias...
Quanto a você, o mais provável é continuar vendo, nos seus dias de universitário, mais sociopatas e ("a-bestalhados")entrando, saindo ou "voando" no espaço mais requisitado do sistema denomidado de Capitalismo.Em que td é financiado, vendido e especulado desde uma informação requisitada a um pensamento.
Produção, especulação, valor tornarm-se parte do ato de se ter ou desencolver um pensamento e, como ele precisa está com os preços altos, logo a demanda tem que ser alta e a ofeta bem pequena.Portanto pensemos!

Estefane Gaspar