terça-feira, 26 de maio de 2009

Sem comentários:


"Ora, enquanto se acaba e não se acaba o mundo, enquanto se põe e não se põe o sol, por que não nos dedicaremos a pensar um pouco no dia de amanhã, esse tal em que quase todos nós ainda estaremos felizmente vivos? Em vez de umas quantas propostas arrojadamente gratuitas sobre e para uso do terceiro milénio, que logo ele, mais do que provavelmente, se encarregará de reduzir a cisco, por que não nos decidimos a pôr de pé umas quantas ideias simples e uns quantos projectos ao alcance de qualquer compreensão? Estes, por exemplo, no caso de não se arranjar coisa melhor: a) Desenvolver desde a retaguarda, isto é, fazer aproximar das primeiras linhas de bem-estar as crescentes massas de população deixadas atrás pelos modelos de desenvolvimento em uso; b) Suscitar um sentido novo dos deveres humanos, tornando-o correlativo do exercício pleno dos seus direitos; c) Viver como sobreviventes, porque os bens, as riquezas e os produtos do planeta não são inesgotáveis; d) Resolver a contradição entre a afirmação de que estamos cada vez mais perto uns dos outros e a evidência de que nos encontramos cada vez mais isolados; e) Reduzir a diferença, que aumenta em cada dia, entre os que sabem muito e os que sabem pouco.

Creio que é das respostas que dermos a questões como estas que dependerá o nosso amanhã e o nosso depois de amanhã. Que dependerá o próximo século. E o milénio todo.
A propósito, regressemos à Filosofia."

OBS: Ele é o monstro do desconforto psicológico.

Sem Título.



"Every time

the rain comes down,
close my eyes and listen.
I can hear the lonesome sound
of the sky as it cries."


It's in The Rain
- By Enya










Quando acordei hoje pela manhã, não imaginei que terminaria o dia pensando o que eu estava pensando. Como todas as segundas, fui para o trabalho e vivi um turbilhão de coisas. Coisas de todos os tipos: desde achar que um dia eu seria o maior cientista da face da terra, até coisas como achar que alguém acabara de me olhar de uma maneira muito estranha.

Mas não é sobre isso que quero falar. Agorinha a pouco assisti um filme e, como muitos, me fez pensar no que eu estava efetivamente vivendo agora. Isso, agora, ontem, amanhã...todos os dias. Quando resolvi escrever sobre esses pensamentos tentei imaginar um título. Não consegui. Mas ainda assim eu sabia que precisava escrever. Estive cobrando de mim mesmo isso já há algum tempo. Resolvi fazê-lo...

Mas, sim, meus pensamentos: pensei que eu deveria ler mais, escrever mais, olhar mais, relaxar mais, estudar mais, brincar mais e namorar mais...huh... ou, deveria eu dizer, apenas namorar?rs. Bom, sei que preciso disso tudo, mas é difícil achar um modo de fazer isso sem que eu deixe de fazer outro montão de coisas. Na verdade é fácil, mas mudanças cansam...e cansaço cansa. Eu não estou muito distante disso, mas eu confesso que eu queria mais. Já tentei arrumar mil desculpas pra mim mesmo, e sempre consegui me convencer. Dessa vez o que mudou foi minha tolerância a mim mesmo.

Estou mais intolerante a mim mesmo, e isso me obriga a ser melhor que eu. Ou, ao menos, mais sensato que eu mesmo. Não entendo como alguém pode ser tão inflexível a si mesmo, ao ponto de se dar o direito de escolher o mais fácil porque tem feito o mais difícil com muita frequência. Difícil de entender, eu sei, mas é dessa forma: quanto mais difícil fica, mas fácil eu tento ser(ou fazer).

Agora eu pretendo fazer coisas muito, extremamente, invariavelmente fáceis e simples de fazer; mas que vão exigir de mim um esforço enorme. Como ler o livro. Calma, eu leio livros. Mas eu não estou falando de apenas ler um livro, e sim de ler "o" livro. Ou "os" livros, com o mesmo significado que o "o", mas deixando claro que não existe apenas "um" livro. Ah, e ouvir "as" músicas também...(claro que eu já ouço muitas músicas -IDEM para as músicas).

IDEM também para os filmes, para as peças, para as fotos, para os shows, para os livros acadêmicos, para o dia, para a noite, para o ponto de ônibus, para o shopping aos domingos, para as saídas com as amigas, para os momentos de nada fazer, para os encontros, para o agora, para os sorrisos, para os "stresses", para o trabalho, para os conhecidos, para o futuro, para o passado, para o mar, para o céu estrelado... a lua, a natureza, as pessoas, os animais, eu, elas...os pensamentos. Todos bem definidos e incapazes de sucederem o "um".

OBS: preciso de umas camisas brancas e folgadas.